D. Carmo tomou a si adornar a casa dos noivos. Soube isto pelo desembargador, que chegou de Petrópolis e deixou a casa "uma beleza" com a ordem em que ela dispõe os móveis e os adornos, alguns destes obra já de suas mãos.
— Já? perguntei.
— Já; D. Carmo trabalha depressa, e neste momento com grande afeição; deu-lhes também muitos trabalhos seus. Converse com o Aguiar, que lhe dirá a mesma coisa, e Tristão também; Fidélia é do mesmo parecer.
Rita, sem nada ver, acredita que seja assim; foi o que me respondeu. Quanto a D. Cesária também não viu nada, mas inclina-se a crer que lhe falte alguma harmonia.
— Pode ser que não, aventurei.
— Não digo que D. Carmo não pudesse fazer alguma coisa capaz, mas com esta pressa, às carreiras, não é provável. Demais ela não possui tanto gosto como se quer; algum tem, mas falta-lhe graça. Aos noivos também; ele parece-me espalhafatoso...
Quis defender os três, mas a certeza de que ela não tem de mim melhor opinião, fez-me recuar, e dizer-lhe que nunca lhe achei tanto espírito. Fui além; gabei-lhe os olhos. Como então passasse os dedos pelas sobrancelhas, gabei-lhe a mão, e iria aos pés, se me mostrasse os pés, mas não me mostrou mais nada.