Era minha idéia hoje, aniversário da Constituição, ir cumprimentar o imperador, mas a visita de Tristão fez-me abrir mão do plano. Deixei-me estar a conversar com ele de mil coisas várias, depois saímos, passeamos e tornamos a casa.
Não aceitou jantar comigo por ter de ir jantar com ela. Naturalmente falamos dela algumas vezes, ele com entusiasmo, eu com simpatia. Talvez eu falasse menos que ele, é verdade; mas eu sou apenas amigo de ambos, e, de costume, prefiro ouvir.
Outro assunto que nos prendeu também, menos que ela, foi a política, não a de cá nem a de lá, mas a de além e de outras línguas. Tristão assistiu à Comuna, em França, e parece ter temperamento conservador fora da Inglaterra; em Inglaterra é liberal; na Itália continua latino. Tudo se pega e se ajusta naquele espírito diverso. O que lhe notei bem é que em qualquer parte gosta da política. Vê-se que nasceu em terra dela e vive em terra dela. Também se vê que não conhece a política do ódio, nem saberá perseguir; em suma, um bom rapaz, não me canso de o escrever, nem o calaria agora que ele vai casar; todos os noivos são bons rapazes.