1Minha gente, você vê
as loucuras tão borrachas
deste Capitão das Taxas,
que agora direi, quem é:
veio pedir de mercê,
que lhe celebrasse a cura
de uma purgação madura,
que a amiga lhe tinha dado,
porque, sem comer melado
o fez cagar rapadura.
2Eu cuido, e é de cuidar,
que esta Puta sem agrado,
como o tinha já sangrado,
o quereria purgar:
não há nela, que estranhar,
nem que reprovar-lhe a ação,
antes muita compaixão,
porque quis piedosamente,
que se era de amor doente,
ficasse co'a praga são.
3Se livrais do palalá,
alerta meu Capitão,
que há Puta, que dá pinhão
com rebuço de araçá:
vosso Primo Mangará,
que nesta matéria bole,
diz, que quem tal purga engole,
e no cagar tanto atura,
já não será rapadura,
porque foi jalapa mole.
4Temos por cá averiguado
com este vosso entremez,
que o fruto, que tal mal fez,
devia de ser vedado:
vós ficastes enganado
por aquela Eva atroz;
se outra vez vos quiser dar,
e não puderdes cagar,
eu irei cagar por vós.
EstribilhoSaiba-se em qualquer lugar,
que esta rapadura inteira,
foi da casa de caldeira
para a casa de purgar.