Morreu Bocage, sepultou-se em Gôa

Morreu Bocage, sepultou-se em Gôa!
Chorai, moças venaes, chorai, pedantes,
O insulso estragador dos consoantes.
Que tantos tempos aturdiu Lisboa!

Por aventuras mil obteve a c′rôa
Que a fronte cinge dos heroes andantes;
Inda veio de climas tão distantes
Á toa vegetar, versar á toa:

Este que vês, com olhos macerados,
Não é Bocage, não, rei dos bregeiros.
São apenas seus olhos descarnados:

Fugiu do cemiterio aos companheiros;
Anda agora purgando seus peccados
Glosando aos cagaçaes pelos outeiros.

Notas editar

  1. MATTOSO, Glauco. Bocage, o desboccado; Bocage, o desbancado. São Paulo: 2002. Disponível em <http://www.elsonfroes.com.br/bocage.htm. Acesso em: 28 maio 2014.