A noite branca, a noite enluarada
É tua irmã: Aonde ela dorme? Aonde?
Em que astro canta? Em que lagoa nada?
Em que pedaço azul do céu se esconde?
Em toda parte os vossos olhos ponde;
Buscai a egípcia lúbrica e estrelada:
Há quem seu ninho de águia negra sonde?
Mar infiel, em teu seio anda enterrada?
Destino, foi assim que ma fizeste:
Pairam-lhe os sóis aos pés em muda prece;
Um peplo sideral seu corpo veste.
Donde vem tanta sombra então? Parece
Que é toda luz a pérola celeste,
E é dela que em minh’alma a noite desce.