João Luso — "Elogios", pág. 17.

O Barão do Rio-Branco era intransigente na manutenção do princípio da autoridade. O seu espírito burocrático e disciplinado não podia compreender que, num conflito entre um funcionário subalterno e um superior, a razão estivesse com o primeiro, pois que a classificação do segundo devia ser uma demonstração das suas qualidades de homem de bem.

Era o Barão ministro no governo Hermes, quando ocorreu uma cena de sangue na fortaleza de Santa-Cruz. Tomados os depoimentos de um soldado e de um major, verificou-se no correr do inquérito que o oficial não havia sido leal na narrativa. Rio-Branco indignou-se.

E com a sua mentalidade de chefe:

— É extraordinário que se aceitem como verdadeiras as declarações desse soldado, quando há um oficial que afirma justamente o contrário!