Moreira de Azevedo — "Mosaico Brasileiro"..

Omajor Miguel Nunes Vidigal, cujo nome atravessou o tempo e é citado hoje, depois de um século, como se tivesse passado há dois anos, era não só enérgico, severo na imposição dos castigos, mas, também, inteligente.

Com carta branca para restituir a segurança e o sossego à cidade, invadiu o major, certa noite, uma casa de pândega, encontrando aí, entre outros infratores da moralidade noturna, um cadete, filho de um seu amigo, a quem logo reconheceu. O rapaz, ele próprio, alegou essa qualidade, procurando escapar ao corretivo.

— O que?! trovejou Vidigal. Esse tratante, além de metido nestes lugares, ainda quer passar como cadete e filho de um amigo meu! Metam-lhe a chibata! O moço de quem ele fala não era capaz de tomar parte nestas reuniões tão ridículas!

E após a surra, baixo, para o rapaz:

— Eu o reconheci. O senhor é o cadete filho do meu amigo. Mas... para que os senhores fazem destas?