Tobias Barreto — "Pesquisas e depoimentos", pág. 365.

Vendo-se, de súbito, traído pelos próprios camaradas de farda, com Floriano à frente, Deodoro passara a este o governo e subira, com os seus sofrimentos agravados, para Petrópolis. De regresso, o peito opresso, as pernas horrivelmente inchadas, recomendara-lhe o médico que subisse a pé, lentamente, e descesse, todas as manhãs, a ladeira da rua Taylor. Lucena era o seu companheiro de todo o dia, leal e devotado.

Certa manhã de abril, em 1892, desciam os dois a ladeira, Deodoro ao braço do amigo, quando, ao descortinar-se o panorama da baía, o generalíssimo estacou, os olhos fuzilantes. A barba tremia-lhe. E foi numa espécie de delírio, que exclamou, como na agitação de um combate:

— Onde está essa infantaria que não avança? E esses navios de fogos apagados?

Levado para casa, Deodoro nunca mais saiu.