Recolhido pelo colecionador.

Meses antes de morrer de uma angina que o garroteou em plena rua, mostrava Paulo Barreto, não obstante a sua gordura, uma fisionomia cansada, fatigada, denunciadora de certo esgotamento físico. Ao vê-lo nesse estado, Coelho Neto impressionou-se. E, uma tarde, observava, penalizado, a Humberto de Campos:

— Sabes? O Paulo não vai muito longe, não. Quando ele cair, será de uma vez.

Olhou o outro que era magro, e tornou:

— Nós, meu velho, nós, os magros, somos junco da lagoa. A moléstia é o vento forte: curva-nos, mas não nos abate.

E com a sua imaginação de sempre:

— Gente gorda é como bananeira: cai, não indireita mais. Está cheia dágua.

Um mês depois, Paulo Barreto morria de repente.