Moreira de Azevedo — "Mosaico Brasileiro", pág. 53.

Exercia Agostinho Petra Bittencourt o cargo de juiz aposentador no Rio de Janeiro, quando, ao dar uma ordem a um dos seus subordinados, este recusou cumpri-la. Indagada a razão, respondeu laconicamente:

— Porque não quero!

Preso o funcionário pelo juiz, e recolhido à cadeia, foi o magistrado surpreendido, no dia seguinte, por uma carta do Paço, em que um dos maiorais da corte lhe ordenava que soltasse o preso, por não se considerar crime a expressão — "não quero".

À leitura da ordem, o juiz Petra, que era desabusado, voltou-se para o portador:

— Diga ao seu amo que, se não é crime dizer não quero ...

E furioso:

— Não solto o homem — porque "não quero"!