Osvaldo Cruz — Discurso de recepção na Academia Brasileira de Letras, 1913.
Era Raimundo Correia promotor público em São João da Barra, quando um chefe político o procurou, pedindo-lhe uma palavra em particular. Atendido, este explicou-lhe, nervoso:
— Contaram-me, doutor, uma coisa muito grave a seu respeito, mas eu confesso-lhe que não acreditei. Para tranqüilidade minha, porém, venho contar-lhe o que se anda dizendo por aí do senhor.
— Andam dizendo que o senhor é poeta!
— É falso! É falso! — protestou Raimundo, de pé.
E estendendo-lhe a mão:
— O senhor fica autorizado, em meu nome, a rebater essa "ofensa"!