Coelho Neto — Discurso na Academia Brasileira de Letras, recebendo Mário de Alencar

Não obstante o seu temperamento combativo e boêmio, José do Patrocínio era profundamente religioso. De regresso de Paris, trouxe ele um carro a vapor, que seria o avô do automóvel. Desembarcado o monstro, o jornalista montou na boléia, e, tomba aqui, tropeça acolá, foi encravá-lo, inutilizado, num buraco da Tijuca.

— Já sei por que foi! — fez Patrocínio, de repente, batendo na testa. — É porque não o batizei; estava pagão, o miserável!

E penalizado:

— Qual! Sem religião e com estas ruas sem calçamento, não há progresso possível!