Henrique Marinho — "O Teatro Brasileiro", pág. 75.

O teatro S. Pedro de Alcântara havia sido edificado sob mau signo. Dois incêndios o haviam já destruído, quando, em 1856, sobrevem o terceiro. E tudo ficou reduzido a cinzas.

Empresário e diretor da Companhia, João Caetano, no meio do povo, no largo do Rócio, chorava como um possesso, arrancando os cabelos. Era a ruína, era a miséria completa que o assaltava. Não se pudera salvar, sequer, o arquivo!

Nesse momento, um homem grave, cortando a multidão, aproxima-se do grande ator:

— Tranqüilize-se, — pediu, batendo-lhe no ombro.

E ao ser ouvido, estancando as lágrimas do artista desesperado:

— O São Pedro será reconstruído! Era o marquês do Paraná.