Mário de Alencar — "Revista da Academia Brasileira de Letras", n° 7, de 1912
Era Raimundo Correia juiz em Minas-Gerais, quando, ao abrir certos autos, encontrou um envelope com um conto de réis. Chamou o escrivão.
— Foi a parte mesmo quem o deixou, senhor doutor, em sinal de reconhecimento pela rapidez com que teve andamento o inventário. Eu também recebi um conto de réis.
— Bom, — retrucou Raimundo, — se é uma remuneração espontânea, cabe à sua consciência resolver sobre o caso.
E entregando-lhe o envelope que lhe coubera:
— Tome... Devolva o meu...