Narrado por Lauro Müller
Desde o seu aparecimento na política nacional, patenteou João Pinheiro as suas altas virtudes de homem de Estado. Eleito presidente de Minas, Lauro Müller, seu amigo íntimo, chamou-lhe a atenção para os perigos da bajulação.
— Toma cuidado com os bajuladores, João. Eles são os nossos maiores inimigos. Não te atordoes com a lisonja!
Ao fim de alguns meses, encontraram-se os dois amigos em Belo-Horizonte, onde João Pinheiro era louvado e "engrossado", como possível sucessor de Afonso Pena.
— Então, como vão os bajuladores? Tem sido muito incensado?
— Ah, meu velho, — respondeu o republicano mineiro, — que gente intolerável!... que coisa indigna, a lisonja...
E em voz baixa, rindo:
— Mas, deixe estar, "seu" Lauro, que é bom como o diabo!...