Humberto de Campos — "Da Seara de Booz", pág. 57.
Poucos meses antes de tombar sob o punhal de Manso de Paiva, conversava Pinheiro Machado com alguns amigos no recinto do Senado, quando alguém aludiu à despreocupação com que o chefe conservador expunha a sua vida, tão ameaçada pela agitação do momento.
— Se eu tiver de tombar assassinado, — observou Pinheiro, a voz arrastada, quero que seja aqui no Senado, a punhal, como César.
— No dia em que isso acontecesse, general, — atalhou um áulico, — haveria uma hecatombe!
— Sim, — confirmou Pinheiro, com ironia.
E olhando em torno, como quem conhece a sua gente:
— Se o golpe falhasse...