Ernesto Sena — Deodoro, pág. 148
Certo engenheiro, amigo de Deodoro, era candidato à construção de uma estrada de ferro, e dia sim, dia não, aparecia em palácio para falar na sua pretensão. Uma tarde, achava-se o Marechalíssimo nos jardins do Itamarati, quando um oficial que o acompanhava lhe indicou o engenheiro.
Este aproximou-se. Deodoro recebeu-o amavelmente, mas, virando-se para o oficial, adiantou, como quem reata uma conversa:
— Pois, é isso; agora estou resolvido a não conceder mais honras de Coronel do Exército a ninguém; e quanto a estradas de ferro...
E simulando indignação:
— Só darei uma única concessão: e será a que partir do Inferno e vá terminar na casa de quem ma pedir!
É desnecessário dizer que o engenheiro nunca mais tocou no assunto.