Mário de Alencar — Revista da Academia Brasileira de Letras, n° 7, 1912

Era Raimundo Correia juiz no Rio de Janeiro quando lhe foram a despacho os papéis de um processo-crime, sobre um ferimento, a facão, num açougueiro, feito pelo seu próprio empregado.

Raimundo mandou chamar as partes. Declarou que ia absolver o culpado, porque havia sido ofendido no insulto. Mas, só o faria com uma condição: se os dois não guardassem ódios. Fez-lhes uma preleção sobre a violência, e terminou:

— Vocês têm religião?

— Sim, senhor.

E aproximando-os:

— Então, vão, e sejam amigos...