Cantava o oceano assim, batendo a penha,
Rendilhando de espuma a praia imensa,
Enquanto a luz pela amplidão desenha
O céu, que ri, o viso nu, que pensa.

E o velho padre, a mão na espessa grenha,
Embalado à mercê de funda crença,
Doirava a sorte aspérrima e ferrenha,
A alma à alegria boa e sã propensa.

Tal o búzio conserva a voz, que outrora
Ouviu nascendo ao mar em calma, e em sanha,
Guardou da pátria a voz, que ouviu lá fora.

Como a bondade a infância enleia e ganha,
Que entendíamos sempre o mestre, embora
Num rouco tom, e numa língua estranha...