O Inglês tal... qual se o pinta

(Tristan Bernard)

Uma família inglesa viajava de automóvel, no último estio, pela formosa terra de França. Como atravessava uma aldeia do Delfinado, parou, para almoçar.

A região era famosa, parece, pelos seus "champignons". Pelo menos era o que afirmava o "Baedeker", e os nossos ingleses não quiseram passar por aqueles lugares sem provar aquela preciosidade regional. Os nossos viajantes não sabiam, porém, uma única palavra de francês e não havia na aldeia um único habitante que soubesse inglês.

Como poderiam eles, pois, explicar que desejavam um prato de tão deliciosos criptogamos?

John, o filho do casal, teve uma idéia de gênio: tomou de um lápis e de uma folha de papel, e, tão bem quanto possível, desenhou um "champignon", mostrando-o ao estalajadeiro.

Este olhou o desenho, pensou, pensou, e ao fim de um instante bateu na testa.

— Ahn! — fez, sorrindo, como quem acabava de compreender.

Ao cabo de alguns minutos voltou... com um guarda-chuva!