As grandes seduções tentam-me? Em vão: resisto.
Não há nada que veja, e me enleve, e contente,
Ou existência calma, ou gloriosa e ardente,
E a história triunfadora, o eco sonoro disto.
Forçado, a vida dentro em mim e fora assisto:
Ir, fora bom, sem ter a alguém que nos lamente,
Sem amor, ódio, inveja ir indo, ir indiferente;
Obrigado a passar, passar, porém não visto.
Assim na fuga rompe alígero cavalo,
Que os quatro ferros perde um a um em caminho,
E a sombra, a própria sombra ele a obriga a deixá-lo,
Tão de súbito arrasa o chão, e em torvelinho
Trepa colinas, desce, e despenha-se ao valo,
Ergue-se, e sobe, e chega, e morre, e cai... sozinho!