O coração (Cruz e Souza, grafia original)


Quando dos carnavaes da raça humana
Fôrem cahindo as mascaras grotescas
E as attitudes mais funambulescas
Se desfizérem no feroz Nirvana;

5Quando tudo ruir na fébre insana,
Nas vertigens bizarras, pittorescas
De um mundo de emoções carnavalescas
Que ri da Fé profunda e soberana;


Vendo passar a lugubre, funérea
10Galeria sinistra da Miséria,
Com as mascaras do rosto descolladas;

Tu que és o deus, o deus invulneravel,
Resiste a tudo e fica formidavel,
No Silencio das noites estrelladas!