Vou tendo horror dos homens e das cousas...
Fui colher hoje rosas à balseira,
E entre os dedos vi sangue a vez primeira:
Em vez de aromas, tuas garras pousas,
Pousas as garras, flor, de tal maneira,
Que, como fera, tu morder já ousas!
E inda o teu corpo augusto e quente cheira:
E inda beijam-te a boca as mariposas...
No ar anda um qualquer veneno oculto
Que põe na terra e céu o espanto e o enleio,
Que não dá paz ao ninho, ao lírio indulto...
Será do mal, que em tudo deu, que vejo
O andar rindo em teu riso um vago insulto,
E o ter cada olhar teu punhais no meio?!...