Tem-se o pássaro azul por alva, em antes
Do sol romper, um pouco escuro, cedo,
A erva orvalhada, os galhos ressonantes,
Sombra mais doce em torno de arvoredo;
As choças mudas, os moitais distantes
Na névoa; fora as pontas do penedo;
Morta de frio, a estrela dos amantes
Deve inda estar no céu molhado e quedo.
Hemos passar o rio, e além da ponte
Descer, ladear o pasto, e ir ter ao monte:
Nós sós, vê bem, nós sós pelo caminho.
Sê, como a aurora, a tua irmã, exata:
Fico ao telheiro, ouvindo arfar a mata,
E a água roncando em roda do moinho...