Obras poeticas de Ignacio José de Alvarenga Peixoto (1865)/A Alléa

A ALLÉA

Não cedas, coração; pois n’esta empreza
O brio só domina; o cego mando
Do ingrato amor seguir não deves, quando
Já não pódes amar sem vil baixeza:

Rompa-se o forte laço, que é fraqueza
Ceder a amor, o brio deslustrando;
Vença-te o brio pelo amor cortando,
Que é honra, que é valor, que é fortaleza;

Foge de ver Alléa, mas se a vires,
Porque não venhas outra vez a amal-a,
Apaga o fogo, assim que o presentires;

E se inda assim o teu valor se abala,
Não lh’o mostres o rosto; ah! não suspires!
Calado geme, soffre, morre, estala!