Concluído o livro, suja-se uma verdadeira lauda com as escavações que mandamos fazer nos pântanos desta história.
Descobriu-se através de fétidos esgotos, que os três amigos e herdeiros de Hermenegildo Fialho de Barrosas ainda respiram a medram.
Atanásio José da Silva é barão da Silva.
Pantaleão Mendes Guimarães é barão de Mendes Guimarães.
Joaquim Antônio Bernardo, como não tinha apelido, apossou-se da quinta dos Choupos, que lhe fora hipotecada na dívida fantástica de Fialho, e fez-se barão dos Choupos.
Ainda há mais um título.
O marido de Rosa Catraia, retirado à terra onde nascera, Cabeceiras de Basto, fez-se influente político, principiando em regedor, depois camarista, presidente do município, e administrados substituto do conselho.
Lutador acérrimo em eleições de deputados, vingou levar ao parlamento um sobrinho de Rosa, formado à sua custa. A comenda que o agradecido bacharel lhe enviou fez saltar a rolha da cornucópia das graças, que mais se retorcia de vergonha sua e da pátria, como se uma e outra pudessem já alegar pudor, e negar-se a solicitações de infames.
Rosa Catraia é, pois, baronesa de Vilar d’Amôres, título um tanto lírico e romanesco, bem ajustado às escarlates bochechas e túrgidos seios que ressumbram bestidade, saúde, alegria e lubricidade seródia.
As outras baronesas, bastante mais avelhantadas, representam os estragos da corrupção moral nas pessoas, e o despejo da corrupção política nos títulos.