Miguel, ontem à noite, das nove para as dez. O Senhor Conde é vossa excelência mesmo, e eu sou sargento-mor das Lamelas; lá ficou o meu nome no livro e mais o de meu pai, que foi despachado coronel por el-rei.

—O teu pai?! Coronel!...

— É como diz.

— Ora essa!... coronel! caramba! — disse, despeitado; parecia-lhe iníqua a promoção; mas ocorreram-lhe os velhos caprichos análogos de el-rei; as injustiças de algumas patentes superiores desde 1828 até à convenção. E abriu a carta com moderado entusiasmo. Parecia que a sua razão imergida, restaurada depois de duas horas bem roncadas, de papo acima, queria duvidar da autenticidade de um D. Miguel que fazia sargento-mor um pedreiro, e coronel um reles alferes que passara das milícias de Barcelos para infantaria. Achava natural e plausível em si as charlateiras de general e a coroa de conde; mas as mercês feitas aos dois plebeus... Caramba! — Uma intermitência de juízo. Enfim, abrira a carta e lera para si com uma custosa interpretação,