realista, e que facilmente daria o sossego da sua vida em sacrifício das suas convicções. Que se julgava com direito a fazer uma pergunta e a exigir que lhe respondessem a verdade.

— Se a pergunta for feita a mim, não poderei responder de outra maneira. Que quer saber, padre Rocha?

— Se o Sr. D. Miguel está em Portugal.

— Não, senhor. Há 15 dias estava em Itália. — E abrindo uma gaveta, extraiu de uma pasta muito ordinária de carneira surrada com atilhos um papel que mostrou. — Aqui está uma carta assinada pelo Sr. D. Miguel de Bragança, datada no 1º de Maio. Quanto a isto, está satisfeito. Que mais quer saber?

— Mais nada. Agora corre-me o dever de justificar a pergunta.

— Bem sei — preveniu o padre Luís. — Essa mesma pergunta me fez há dias o Bezerra de Barrimau, seu vizinho, e mais de um cavalheiro de Braga, o Barata, o Manuel de Magalhães, etc. Diz-se por lá que o Sr. D. Miguel está no Alto Minho, no concelho da Póvoa de Lanhoso. Propalam-no