Depois, bufava para dentro do cano e punha o dedo indicador no ouvido da culatra para sentir a pressão do sopro, que fazia um frémito áspero impedido pelas escórias nitrosas. Pediu à mulher umas febras de algodão em rama, enroscou-as numa agulha de albarda e escarafunchou o ouvido do cano.

— Está suja — disse ele — dá cá um todo-nada de aguardente.

— Joaquim, vamo-nos deitar, pelas almas. Não te desgraces!

— Traz aguardente e cala-te, já to disse, mulher, com dez diabos! — E pôs-se a assobiar a Luisinha. Enroscou algodão embebido em aguardente no saca-trapo e esfregou repetidas vezes o interior do cano até saírem brancas e secas as últimas farripas da zaracoteia. Soprou novamente e o ar saia sem estorvo pelo ouvido com um sibilo igual. Parecia satisfeito, e cantarolava, mezza voce:

Agora, agora, agora,
Luisinha, agora.

Armou a clavina, aparafusou as braçadeiras, a culatra e a fecharia, introduzindo a agulha.