discreto na presença da mana. Contava as suas viagens, durante a emigração, citava nomes de literatos desconhecidos à fidalga, seus amigos íntimos em Paris; ai! Paris! — exclamava. — Se eu então me passaria pela mente que havia de vir de Paris para Amarante!

— Ele porta-se muito sério — dizia D. Andresa ao padre Rocha. — Ela é que me parece mais levantada, muito azevieira, não acha?

— Acho, acho... — confirmava o capelão. — Daqui rebenta coisa, minha senhora; rebenta, V. Exª verá...

E, com efeito, estava a rebentar, na frase explosiva do padre Rocha. O delegado tinha correspondência diária com Honorata, mediante uma caseira de sua mana, irmã de uma criada do Cerveira Lobo. Cartas incendiárias escritas durante a noite trocavam-se de manhã, quando o Adolfo saía a respirar os bálsamos das ribanceiras orvalhadas. Às vezes, subia a encosta até à crista do monte do castelo de Vermoim. Daqui, avistava-