pensou em Manuel Barbosa duas ou três vezes, isso mesmo com menos indignação, sem ressentimento, indiferente quase, achando-se apenas ridícula a si própria por tê-lo arvorado um herói durante um longo acesso de extravagância histérica. Era um pobre diabo, caipirão, velhusco, achacoso. Caçava por caçar, sem intuição poética, bestialmente, como qualquer caboclo. Bebia pinga. Verdade era que tinha estado na Europa, mas ter estado na Europa não muda a constituição a ninguém. Ele era o que ela devia esperar que ele fosse, um tipo muito sem importancia, reles, abaixo até da craveira comum.
Ao anoitecer recolheu-se, começou a arrumar os seus bronzes, os seus bibelots de marfim, de porcelana. Envolvia-os cuidadosamente, amorosamente em papel de seda, arranjava-os no fundo de