a carne
135

Lenita ficou só. Foi a tirar a última camisa de sobre a cama e notou que, no retesado da coberta, havia um afundamento apenas visível sobre a travesseira rendada uma depressão mais cava. Depois de feita a cama, Barbosa com certeza nela se estendera a descansar.

Inconscientemente, automaticamente, atraída, puxada pelos nervos, Lenita pôs as mãos no colchão fofo, curvou-se, aproximou a cabeça.

Da travesseira, misturando-se a um aroma suave de água de Lubin, desprendia-se um cheiro animal bom, de corpo humano, são, asseado.

Lenita, haurindo essa emanação sutil, sentiu quer que era elétrico abalar-lhe o organismo: era um anseio vago, uma sede de sensações que a torturava. Quase em delíquio, deixou-se cair de bruços sobre a cama, afundou