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a carne

Lenita mais compreendeu do que viu. Era a reprodução do que se tinha passado, havia momentos, mas em escala mais elevada: à cópula, instintiva, brutal, feroz, instantânea dos ruminantes, seguia-se o coito humano meditado, lascivo, meigo, vagaroso.

Abalada profundamente em seu organismo, com a irritação dos nervos aumentada por essas cenas cruas da natureza, torturada pela Carne, mordida de um desejo louco de sensações completas, que não conhecia, mas que adivinhava, Lenita recolheu-se titubeando, fraquíssima.

O coronel tinha passado a noite mal, com um acesso de reumatismo; conservara-se todo o dia na cama.

Lenita foi vê-lo, demorou-se pouco, retirou-se para o seu quarto, fechou-se por dentro.