começa a diferenciação em relação aos teus semelhantes!
A egualdade!... Onde existe ela?
A unidade sim, mas esta resulta precisamente da desegualdade, do contraste, do choque.
A sombra vive ao pé da luz, o dia é o visinho da noite, o sol resplandece sobre os cemiterios onde milhares de corpos jazem em eternas trevas...
Depois de Austerlitz, topa-se com Waterloo, e depois de Waterloo está Santa Helena.
A mesma machina que nos levanta acima das nuvens, egualando-nos aos anjos, nos precipita no pélago ou no fundo dos abismos.
E acima das nuvens estão os astros, uns cheios de fogo e de luz, brilhando como reis do espaço, dominaudo como senhores dos outros astros; outros opacos, recebendo d'aqueles a luz e o calor, vivendo eternamente na sua dependencia, escravisados na órbita dominadora da sua influencia e da sua grandeza, — miseros Giliats do ar, empolgados pelos poderosos tentaculos da enorme pieurre do infinito, que se chama atracção universal.
Cá em baixo, ha éntes que nasceram para não verem nunca a luz, muitos para serem a preza e o alimento dos outros individuos da creação.
A desegualdade está em tudo é a fatalidade da ordem, a condição do equilibrio. Porque havia de ser assim?
Segredo terrível! Problema eterno!
É assim, porque é assim. É segredo do pensamento infinito, da inteligencia creadora.