A ESTRELLA DO SUL

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tranquilla, de modo que com certeza cada um d'elles tinha furtado algum diamante durante o dia.

Ao verificar-se este resultado inesperado reboou na sala uma gargalhada. Matakit, com os olhos baixos, parecia profundamente humilhado por ver que na vida civilisada perdia assim toda a importancia um meio que lá no seu kraal era tão efficaz.

Então o official de policia dirigiu-se a John Watkins, que se deixára ficar sentado entregue ao desespero, e, comprimentando-o, disse-lhe:

— É forçoso, senhor, confessarmos que não se consegue nada hoje! Talvez ámanhã sejamos mais felizes, promettendo uma boa recompensa a quem nos der indicios para procurar o ladrão!

— O ladrão! exclamou Annibal Pantalacci. E porque não será exactamente aquelle que o senhor encarregou de julgar os companheiros?!

— A quem se refere? perguntou o official de policia.

— Ora! A esse Matakit, que talvez esperasse, representando o papel de adivinho, desviar de si as suspeitas !

Se n'aquelle momento tivessem olhado para Matakit, tel-o-hiam visto fazer uma careta exquisita, sair com ligeireza da sala e ir-se safando para o lado da sua cubata.

— Sim! continuou o napolitano. Elle andava com os outros cafres que serviam à mesa! É um espertalhão, um trampolineiro, que deu no goto ao senhor Méré, ninguem sabe porquê!

— Matakit é honrado, ficava eu por elle! exclamou miss Watkins, prompta a defender o servo de Cypriano.

— Ora! quem é que te affirma isso? replicou John Watkins. Sim... o tal negro era muito capaz de ter deitado a mão á Estrella do Sul !