– Leva-nos sem arte... – disse a Sinhá, sorrindo.

Ela tinha agora a fronte velada por uma sombra de tristeza. O vestido escuro, abotoado até o queixo, fazia-lhe ressaltar a palidez do rosto emoldurado por dois ondeados bandós pretos.

– A casa do Argemiro não deve estar longe... Aí está o Argemiro! já não é muito moço... os cabelos começam a pintar. Entretanto, conheces algum rapaz mais distinto?!

Sinhá não respondeu. A mãe, depois de ter esperado um pouco, continuou:

– Ele fará a tua felicidade. É dos tais que precisam de ser estimulados... Tendo tantos recursos, não se serve de nenhum! Nem deputado é.

– A eterna mania da política...

– Não há nenhuma mais patriótica. Mas advirto-te que não deves alcunhar de manias as minhas opiniões...

– Mamãe desculpe...

– Olha! a casa dele é aquela... é bonita... é própria... repara! Será tua...

– Já reparei, mamãe!...

– O único inconveniente é a filha...

– E ele não gostar de mim! – acrescentou Sinhá.

– Queiras tu! Para mim isso seria até um estímulo.