Glória entregou-o à avó, gabando-lhe a delicadeza; mas, no instante em que declarou o nome de Alice, os dedos da velha abriram-se trêmulos, e o lindo vaso fez-se em pedaços no soalho.

Argemiro e o padre Assunção trocaram um olhar rápido. Glória exclamou, num grito lamentoso:

– O meu vasinho! Ah! vovó!

– Perdoa, filha... eu te darei outro igual, perfeitamente igual... não sei o que tenho nas mãos. Que sensaboria!

– Realmente, – censurou o barão, sem compreender – não sei como se pode deixar cair assim um objeto desses!... Foi pena, porque era um bonito veneziano...

Glória olhava para os destroços, com os olhos marejados, e começava outra lamentação, quando o pai a chamou para o terraço e a aconselhou a se mostrar resignada e alegre. Empurrou-a para a sala.

Caldas foi ter com eles, e, rindo-lhe na cara:

– Han! que te dizia eu, meu velho? Eis-te em pleno romance, já no capítulo dos zelos! Para quem está de fora, o caso é bonito; chega mesmo a ser interessante... Ça marche!

– Cala-te, abelhudo. Foi uma injustiça. Se os meus olhos a não tivessem visto, não acreditaria nela. Tão delicada é quem a praticou que chego mesmo a supor não ter havido propósito no desastre!