O barão espiava o efeito das palavras do genro no rosto da baronesa. Pálido, mais descaído sobre as peles moles do pescoço, ele alongara-se, emurchecido. As rugas faciais, das narinas ao queixo, cavavam-se fundas, denegrindo a brancura enluarada da pele. A boca fina esquecera a habitual expressão, arqueando-se muda sob o nariz pequenino e afilado. Só os seus olhos aguados, ensombrados por sobrancelhas ainda negras, refletiam contornos movediços de pensamentos dolorosos.

Argemiro articulava as palavaras com propositada clareza; dizia ainda:

– A minha vida é passada na rua. Não esperem nunca por mim. As suas horas serão distribuídas aqui como eram lá em cima. O hóspede sou eu.

O barão esboçou um protesto. A baronesa agradeceu, e a porta escancarou-se para dar passagem ao Feliciano sobraçando embrulhos. Atrás dele o carregador, as malas, a confusão.

Argemiro alegou necessidade de uma entrevista cuja hora se aproximava, e fugiu.



Chegara a hora de ver a outra, a tal d. Alice, que deveriam tratar como pessoa de família!... Se valera a pena vir de tão longe para isso! Pessoa da família... Que heresia e que escárnio! A facilidade com que se dizem certas coisas! Como se uma criatura qualquer pudesse entrar