preferiu ir avisar Glória de que não mexesse nos caixotinhos, que eram casas de abelhas e iria perturbá-las.

– Eu já tinha pensado nisso – respondeu a menina. – Ainda ontem d. Alice me explicou, no jardim lá de casa, a vida desses bichinhos. Tudo no mundo tem interesse, não é verdade? Eu tinha raiva das abelhas desde aquele dia, lembra-se?, em que fui picada no pescoço por uma deste tamanho! Tive uma dor! Pois agora já até quero bem às abelhas... O caso é haver quem nos explique as coisas!

– Que te explicou d. Alice a respeito?

– Que as abelhas freqüentam as flores para chupar-lhes o mel, transportando o pólen de umas para as outras e...

– E explicou-te também o que era pólen?

– Certamente! Com uma flor na mão. Uma açucena!

– Conta tudo!

– Numa lição só não se pode aprender muito! Assim mesmo eu percebo bem d. Alice, exatamente porque ela não ensina – conversa. Falou das abelhas... Falou das mariposas, disse histórias que eu não sabia e de que gostei... Prometeu levar-me à Tijuca para ver borboletas azuis muito grandes, que há lá... Mas vovó... Creio que não me deixará ir só com ela... Se o senhor fosse!

– Irei.