Até a minha, que foi sempre incapaz de torcer o pescoço a uma galinha, dá-se agora, depois de velha, ao prazer de torturar uma criatura sua semelhante... E, afinal, coitada, quem sofre mais é ela... que não encontra remédio para a sua doença... E ora aqui chegamos ao desfecho que ela tanto ambicionava e eu tanto temia... E agora? Que se teria dito?...”
E nunca a sua chácara cheirosa, os verdes campos macios, cortados de mangueiras e águas remansosas, lhe fizera tão fundas saudades. As suas flores do horto, preparadas para a destilaria, estariam morrendo nos pés e o seu catálogo interrompido, amarelecendo no fundo inerte de uma gaveta. Olhando para as flores do genro, ele via as outras, as suas: o absinto, as marcelas medicinais, o sabugueiro vaporoso, as malvas benfazejas, o limonete perfumado e mil outras, confundindo-se nos tons azulados ou verdes das suas ramagens bem alimentadas.
Olhava para as rosas pensando nas papoilas, quando o Feliciano lhe disse atrás das costas, com uma vozinha ciciada:
– Sá baronesa tá chamando o senhor...
O barão não quis olhar para o negro e subiu para o quarto, abafando um suspiro.
Que mais?