– Não sei. A carta de teu sogro é lacônica e sucinta. Deveria mostrar-ta, mas esqueci-a em casa.
– Naturalmente, minha sogra espicaçou-a de tal forma, que a pobre perdeu a paciência e despediu-se. Guerras de mulher. Conheces nada mais indigno? Picadas de alfinetes embebidos em veneno... Eu sei! Estou agora arrependido de ter vindo de carro... O bonde daria mais tempo e conversaríamos melhor. Foi uma cacetada! Conheces nada mais importuno que a velhice? Até cheira mal! E que vai ser de Glória?... Pensará a avó que lhe entrego a neta? pois sim! É minha, de casa não me torna a sair. Afinal, a prejudicada será ela... coitada! Mas com que direito cometeram meus sogros semelhante vilania? Tu não explicas nada!
– Filho, já disse o que tinha a dizer-te! Daqui a pouco estaremos nas Laranjeiras; será então tempo de averiguar o caso. Lembro-te que a baronesa anda adoentada... que é muito sensível, e que toda a sua antipatia por d. Alice se funda no ciúme...
– Tolices!
– Tolices ou não. Supõe que traístes o que prometeste a Maria...
– E que traísse! não era razão!...
– São modos de pensar... Tua sogra arvorou-se em sentinela do teu coração, já o disseste. Ela