indispensável na nossa situação, caso a senhora aceite as condições que estipulo...
Ele parou, com ar interrogativo.
Ela respondeu com um fio de voz trêmula:
– Perfeitamente...
– É esta: não nos vermos senão quando isso for absolutamente indispensável, ou melhor, não nos vermos nunca! A razão desta esquisitice, ou desta mania, não pode ser explicada por inteiro em poucas palavras; suponha, porém, que repousa só nisto: não querer eu que paire sobre quem deve velar por minha filha nem a sombra de uma suspeita! A minha casa é grande, tem dois pavimentos e eu passo o dia na cidade, só vindo jantar à noite. Na minha ausência toda a casa será sua; desde que eu entre a senhora saberá e poderá evitar-me. Acha isso possível?
– Acho...
– Concorda em que seja assim?
– Concordo.
– Pense na responsabilidade que vai assumir.
– Já pensei...
– Eu sou exigente. Quero sentir na minha casa a influência de uma pessoa moça, saudável e ordenada. Não quero ver essa pessoa, por motivos que expus e por outros particulares e que não vêm ao caso, como também já disse.