– É só por isso que eu espero.
Assunção contemplou-a. Ela fizera-se de novo como um lacre.
– Que tenciona dizer-lhe?
– Prestar-lhe as minhas contas. Tenho tudo em ordem. É questão para vinte minutos...
“Dizem-se num minuto mais de cem palavras”- pensou o padre consigo; “terão tempo de conversar!...”
O Feliciano entrava e saía, remexendo nos talheres, abrindo e fechando gavetas, maciamente.
Sentindo passos na escada, Alice fugiu para o interior. O padre voltou-se. Era o barão.
O velho aproximou-se.
– Então... como recebeu o homem a notícia?
– Mal...
– Hum... foi o diabo!...
– A senhora baronesa?...
– Oh, você sabe, minha mulher não pode tolerar a outra. Aquilo é uma doença. Doença que nem os médicos nem os padres curam... Esgotei todos os argumentos a favor desta pobre rapariga; afinal, compreendi que o melhor seria deixar correr a água ao sabor da corrente. Os fatos brutais resolvem às vezes questões delicadas melhormente do que palavras doces. Depois, esta situação é intolerável e não podia ser prolongada, sob pena de ver a minha mulher no hospício ou na sepultura... Sacrifício por sacrifício,