Você é muito grosseira!
Alice apoiu-se às costas da cama e fechou os olhos.
– Bem diz vovó: sempre é mulher de anúncio!
– Quê?!
Glória não respondeu, e correu, rindo às gargalhadas, para a mesa do jantar.
Argemiro esperava-a de abraços abertos.
– Ah! como a tua alegria me faz bem ao coração! Senta-te aqui e conta-me: por que te ris tanto?
– Por nada... à toa!
– À toa! como é bom rir à toa! Como eu preciso da tua inocência ao pé de mim! Ri sempre, meu amor!... Olha o guardanapo... Estás contente?... aqui tens o teu pãozinho... É a primeira vez que jantas sozinha com teu pai... que te parece? Olha a tua sopinha... Está a teu gosto?
– Eu não quero sopa.
– Estás sem apetite?
– Eu não gosto de sopa.
– Ah, aqui é preciso gostar de tudo, minha senhora! uma pessoa de educação nunca diz a uma mesa: – eu não gosto disto, eu não gosto daquilo... toma a tua sopinha... E agora dize-me: como achaste a D. Alice?
– Horrenda.
Feliciano sorriu, sorriu com tamanha indiscrição,