que dava tempo à filha de espichar a alma pelos olhos afora.

Mas o coração do viúvo parecia fechado a sete chaves e duro como uma pedra. Sinhá levantou-se, deu um giro pelo escritório, riu, falou, interrompeu a mãe e sentou-se depois mais perto de Argemiro, deixando-lhe cair de encontro a um joelho, por descuido, a sua linda sombrinha de seda e rendas brancas.

Como o assunto da consulta já não desse de si, a Pedrosa embarafustou por outras portas: as últimas récitas do Lírico, o jantar do presidente, o casamento do Ângelo Barros... aquele Ângelo que dizia ter feito também o juramento de ficar solteirão!

E, a propósito, a Pedrosa perguntou ao Argemiro quando teria de assistir ao seu...

– Eu já me casei, minha senhora...

– Sabemos; mas ser viúvo é como ser solteiro...

– Estou velho...

– Pois sim, a verdade é que eu conheço mais de uma moça bonita que se daria por feliz se o senhor a escolhesse... Olhe, na festa da apresentação de Sinhá, houve uma que ficou enfeitiçada pelo senhor.

Mãe e filha trocaram um olhar e riram alto. Depois, a Pedrosa continuou:

– É raro o homem que enviuva que se não