— Que te importa?... já o disse: terás vista mais penetrante do que desejas e pensas; queres?
— Por que modo a terei?
— Dando-te eu uma luneta mágica.
— Quando?
— Hoje mesmo e amanhã, na hora em que acabará o dia de hoje para começar o dia de amanhã, à meia-noite;
— E o teu prêmio?
— Será a tua próxima convicção de que é melhor ser cego, do que ver demais.
— Aceito.
— É o mal.
— Aceito.
— É o gelo no coração!
— Aceito.
— E o ceticismo na vida!
— Aceito.
— Por que, criança?...
— Porque eu quero ver.
— Verás demais!
— Aceito.
— Volta à meia-noite.