Nesse tempo, confesso que meu autor favorito era Julio Verne. A sadia imaginação deste escritor verdadeiramente grande, atuando com magia sobre as imutáveis leis da matéria, me fascinou desde a infância.

Nas suas concepções audaciosas eu via, sem nunca me embaraçar em qualquer dúvida, a mecânica e a ciência dos tempos do porvir, em que o homem, unicamente pelo seu gênio, se transformaria em um semi Deus.

Com o capitão Nemo e seus convidados explorei as profundidades do oceano, nesse precursor do submarino, o “Nautilus”. Com Philéas Fogg fiz em oitenta dias a volta do mundo. Na “Ilha a Hélice” e na “Casa a Vapor”, minha credulidade de menino saudou com entusiástico acolhimento o triunfo definitivo do automobilismo, que nessa ocasião não tinha ainda nome. Com Heitor Servadoc naveguei pelo espaço.

Com Robur conquistei o ar no Albatroz. Mal sabia que em menos de 10 anos depois, eu mesmo, estaria sobrevoando Paris na minha Balladeuse.”

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