“Ela tem os mesmos olhos da mãe, jamais me esquecerei dos olhos de Delpohinette... ou seria Micheline?” Ambos se olharam com um ar de duvida e cariam na gargalhada.

“Parece que padecemos do mesmo problema” protestou H. G. Wells - "I was never a great amorist” (nunca fui um bom amante – H. G. Wells fora casado com sua prima Isabel Mary Wells, a deixou em 1894 para ficar com sua aluna Amy Catherine Robbins com quem se casou em 1895, porem, sempre manteve relações extra-conjugais). - Diga-me Santós, era seguro fazer vôos noturnos com sua Balladeuse?

- Sim, bastante seguro, com minha Balladeuse Aérienne eu já dominava bastante o manejo de dirigíveis, afinal foi o meu dirigível de numero nove, cada dia que acordava mal podia esperar para entrar em sua nacelle e decolar por sobre minha amada Paris. Certa vez, quando ainda estava descobrindo a manobrabilidade do número nove, mal conseguia dormir, a vontade de prosseguir com meus experimentos era enorme, e foi então que no dia 23 de junho de 1903 levantei-me as duas horas da madrugada, os mecânicos ainda dormiam, o número nove estava montado e pronto apenas aguardando a minha chegada.

Soltei as amarras, entrei na nacelle e sozinho pude erguer vôo, franquear o muro e transpor o rio antes que o dia clareasse.

Quando encontrava árvores, literalmente “saltava” por cima delas... Atingi a porta Dauphine e a entrada da grande avenida do Bosque de Bolonha que conduz diretamente ao Arco do Triunfo, esse lugar de encontro das elegâncias de tout-Paris. Então disse: Vou fazer o cabo pendente sobre a avenida do Bosque!”.

“O que é o cabo pendente?” Pergunta Herbert esperando que a resposta não seja tão longa a ponto de tirar o climax da estória.

“Cabo pendente nada mais é do que uma corda que fica pendurada a controle do navegador com o propósito de impedir a queda ou tornar a descida de um balão menos impactante. Esta corda que também e chamada de Guide-Rope é lançada do balão e ao tocar o chão, transfere parte do seu peso ao solo, facilitando em muito a descida”.


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