Meu pai fornecia a cada vislumbre de maquinas criadas por cérebros inventivos explicações e comentários técnicos. Até que chegamos a um pequeno e elegante dispositivo que movimentava rodas metálicas movido por explosão de petróleo. Aquele momento mágico deu-me a certeza de que a resposta a dirigibilidade dos balões estaria doravante em minhas mãos, mal pude perceber meu pai que continuou a andar e falar, enquanto eu parei boquiaberto frente a meu mais novo sonho ”.

“Fascinante Alberto!” exclamou Soriano entusiasmado ao perceber a paixão do Pai da Aviação pelos motores e mais surpreso ainda em ver seu tímido amigo, de poucas falas abrindo seu coração. Este era um momento único, Santós estava prestes a contar uma das mais fabulosas empreitadas humanas, relatadas ali, por seu brilhante protagonista. “sei que existe uma distancia muito grande entre o saber fazer e o fazer de fato. Conte-me Alberto, como que a partir deste insight conseguiu criar suas incríveis maquinas voadoras?”

“O inventor, como a natureza de Lineu”, responde Santós “não faz saltos: progride de manso, evolui. Comecei por fazer-me bom piloto de balão livre e só depois ataquei o problema da dirigibilidade. Fiz-me bom aeronauta no manejo dos meus dirigíveis, durante muitos anos estudei a fundo o motor a petróleo e só quando verifiquei que seu estado de perfeição era bastante para fazer voar, ataquei o problema do mais pesado que o ar.”

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