— E ele a dar-me com o maldito amor! Augusto, falemos sério, essa tua exaltação estava muito em ordem num moço que quisesse desposar d. Carolina; porém tu nem cuidas em casamento nem, se em tal pensasses, te lembrarias, roceiro como és, de escolher para mulher uma menina que foi criada, educada e pode-se dizer que mora na corte.
— Esta agora não é má!... Deveras que ainda me não passou pela mente a idéia do casamento, nem chegará a tal ponto minha loucura; mas suponhamos o contrário disto; que mal tu achas em que um roceiro se case com uma moça da cidade?
— Que mal?... Ora, escuta: devendo ir morar na roça, a moça tem, necessariamente, de mudar de costumes e de vida; compreende, pois, quanto atormentará o coração do pobre marido a vista dos dissabores e contrariedades que sofrerá na solidão e monotonia campestre urna senhora amamentada no seio dos prazeres e.festins da corte! ... Quanto devem entristecer os suspiros e saudades de que será testemunha, quando a amada companheira recordar-se de sua família, de suas amigas, do teatro, do passeio, dessa cadeia de delícias, enfim, que, apesar dela, a ligará ainda a seu passado.